O Hipercubo

Publicado em Brazil - Análise da guerra - 03 Jun 2016 19:12 - 0

O dia terminava mais melancólico do que nunca desde o começo da guerra. Muitos feridos e muitos mortos para apenas um dia. Minha brigada havia sido emboscada pelo inimigo e terminamos com um saldo bastante negativo entre mortos e feridos. poucos conseguimos sair ilesos ao bater em retirada. Nos juntamos a companhia no hospital de campanha. O inimigo é implacável
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Eu sei que nada disso é real, mas sinto o pulsar do sangue quente, mesmo que seja um pulso eletrônico no meu cérebro através do meu uberlink. Não me importa se estou conectado ao meu kuantic enquanto um mundo de fantasia se desenha ao meu redor, o que importa é que estou em um campo de batalha e preciso vencer essa guerra. Quase morri hoje, no novo mundo, não da realidade. Não sei o que me causa mais medo: a guerra implacável ou a realidade cinza da grande cidade. Mas nesse átimo que paro para pensar no meu link, esqueço de cumprimentar um oficial e sou repreendido. Mas nada demais, todos estamos muito amigos desde que o inimigo conseguira expressivas vitórias em uma guerra que pensávamos estar ganha. Amanhã será o dia derradeiro! Vamos com tudo que ainda temos em Amazônica e vamos vencer, tenho certeza!

O dia amanhece claro, límpido, inerte. Quase um quadro surrealista que contrasta o real com o imaginário. Vários feridos, combalidos e estropiados. Esse é o panorama que me veio à cabeça enquanto po a mão sobre o buraco costurado no braço or onde para uma bala de helicóptero. O inimigo se organizou, está mais compacto e difícil de enfrentar. Cada dia é um inferno!

Logo levanto e esqueço da minha dor, pois ela é ínfima comparada aos meu companheiros. Vamos com tudo hoje! Precisamos defender a posição! As horas pam e a trincheira fica fria de repente. Todos tensos sob a batuta do medo e do desespero. Não sabia que meu corpo quântico podia conter tantas emoções reais como aquelas que estava experimentando! Logo ouvimos os primeiros helicópteros. Nossa artilharia de tanques começa a atirar contra. Derrubamos alguns, mas oh! Eles são muitos! procuro ser útil em todas as linhas de frente quando meu comandante solta o grito que todos queriam ouvir:
- ATACAR!
Corremos para posições avançadas, eu com um pequeno grupo de combate de 3. O sargento do grupo prepara uma emboscada. Falhamos miseravelmente! O inimigo nos viu! Agora estarei morto. Atiro com meu fuzil até sentir arder meus dedos do calor do tambor de munição. O inimigo recua, mas não foge à luta. Também atacando, eles derrubam mais dois e agora, em maior número, avançam. Eu corro em retirada sob a ordem do sargento, enquanto ele dança com a metralhadora aos gritos. Corro, corro, corro! Não me importa mais qualquer outra coisa senão correr. As folhas densas da mata não me detém, muito menos seu terreno irregular. Penso no motivo de invadir aquele território e chego a um descampado entre a mata cerrada. Paro. A vista turva pelo suor, as pernas dormentes por correr sem freio. Mal consigo ouvir as hélices do helicóptero que se aproxima. Consigo distinguir cada detalhe do aparelho. Olho através do vidro da cabine do piloto e o vejo sorrir sarcasticamente. É meu fim! Como um filme em câmera lenta, vejo o dedo apertar o gatilho e a metralhadora acoplada no helicóptero cuspir suas balas em cima de mim. Enquanto meu corpo dança uma sinistra dança ao sabor das balas que o atingem, pude ver pintado em cima do helicóptero: BIG GIL! é o fim...

Acordo num susto ainda impressionado pelas balas que atingiram meu corpo quântico. Desligo meu uberlink no meu cérebro e po as mãos no rosto. Nunca tive uma experiência tão intensa no eRevollution. Nunca experimentei nada parecido com a sensação de ser morto e de temer de verdade pela minha vida. Saio da cadeira, pego minha caneca e preparo meu café na cafeteira expressa. Em instantes, a realidade cinza recai sobre mim e vejo pela janela o amanhecer em Taipei. Taiwan perdera a guerra! Nunca pensei que os brasileiros pudessem ganhar a guerra! Mas ganharam...

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